História de vida – João Caseiro

João Caseiro, de 71 anos, natural do concelho de Vila Verde, sofreu um acidente durante o cumprimento do serviço militar obrigatório. Encontrava-se dentro de uma viatura militar (Unimog), quando esta embateu frontalmente. Deste acidente, resultou uma cegueira bilateral.

Tinha 23 anos e precisava de apoio para se adaptar a esta nova condição. Contou com a Fundação Raquel e Martin Sain para o ajudar a adquirir novas competências, fundamentais para integração no mercado de trabalho. Aprendeu a escrever e ler Braille e frequentou um curso de datilografia e estenografia. Também teve a oportunidade de realizar um curso de telefonista na empresa TLP, o que lhe permitiu um emprego num banco, permanecendo nesta atividade durante 32 anos. Paralelamente à atividade profissional, sempre foi um apaixonado pela rádio, tendo realizado a sua primeira experiência na rádio com 17 anos, no Clube Radiofónico de Lisboa. Mais tarde iria retomar esta atividade, na rádio local “Onda Viva”, por mais 30 anos.

Com 36 anos de idade, foi transferido para um Banco no Porto, ficando a residir em Póvoa de Varzim.

Enquanto construía uma carreira profissional, casou e teve dois filhos. A esposa foi sempre o seu grande pilar, apoiando-o em tudo o que precisa, caminham juntos e unidos há 42 anos. O João Caseiro para conseguir manter-se mais autónomo e funcional precisou de alguns produtos de apoio, nomeadamente, um computador, um relógio, um telemóvel e um leitor de identificação de cores. Estes produtos tiveram um grande impacto na sua vida, referindo que “neste tempo em que tudo se questiona e equaciona quanto ao confinamento a que todos fomos obrigados, as ferramentas recebidas em tempo oportuno, que para algumas pessoas são banais, para mim, têm sido uma mais-valia importantíssima e grandes companheiros. Gostaria de agradecer ao Estado Português, pela sensibilidade de colocar pessoas capazes, sensíveis e responsáveis, que fazem toda a diferença nas nossas vidas.”