A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual e não apenas a ausência de doença ou enfermidades”.
Assim, a saúde passou a ser um valor mais da comunidade que do indivíduo e a promoção da saúde é a educação de um modo de vida diferente constituindo uma estratégia essencial na prevenção primária em saúde1.
Em todos os instantes da nossa vida, o movimento está presente. Desenvolver alguma forma de atividade física é uma necessidade básica para o bem-estar do ser humano, e é essencial no combate ao sedentarismo e aos seus efeitos nocivos.
A importância da atividade física para a saúde está diretamente relacionada com a melhoria da qualidade de vida, reduzindo consideravelmente os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, problemas relacionados com a baixa imunidade, além dos transtornos de fundo emocional.
Para as pessoas com diversidade funcional associada a deficiências e incapacidades, os ganhos são ainda maiores: aprimora a força, o equilíbrio, a agilidade, estimula o relacionamento interpessoal, previne a progressão de algumas alterações físico-funcionais degenerativas e promove ganhos da funcionalidade.
No entanto, as formas de o fazer variam bastante. Nem todos sabem, mas atividade física e exercício físico, embora ambos sejam benéficos, não são a mesma coisa.
Vamos conhecer a diferença entre eles:
| Atividade física adaptada | Exercício físico |
Definição | A atividade física é todo o tipo de movimento produzido pelos músculos, que nos causam um gasto energético acima do que teríamos em repouso. Ou seja, é tudo o que realizamos no dia a dia quando não estamos a descansar. É todo o movimento em que o destaque é direcionado para os interesses e capacidades das pessoas com diversidade funcional, problemas de saúde ou pessoas mais velhas. 4 | Atividade que, além do gasto energético, proporciona maior aptidão física e atlética, resultando em maiores índices de saúde. Também utilizado para recreação e fins estéticos. |
Exemplos | – Andar – Correr – Dançar – Subir e descer escadas – Brincar com os filhos/amigos – Limpar a casa – Passear o cão – Cuidar do jardim – … | – Musculação – Futebol – Natação – Voleibol – Ciclismo… |
Quais os benefícios da atividade física adaptada?
- Prevenção de complicações secundárias, associadas à doença.
- Diminuição dos riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como enfarte, acidente vascular cerebral (AVC) e hipertensão.
- Ajuda no combate à depressão.
- Aumento da sensação de energia não somente para o trabalho, mas também para aproveitar o tempo livre.
- Ajuda a dormir e a repousar melhor (promove uma boa higiene do sono).
- Diminuição da probabilidade de desenvolver diversos tipos de cancro, principalmente quando a atividade física está associada a uma boa alimentação.
- Promoção e encorajamento do movimento.
- Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais (mais agilidade, equilíbrio, força, resistência física e coordenação motora).
- Manutenção e promoção da saúde.
- Reforço da autoestima e autoimagem.
- Integração social com outros grupos.
- Estímulo à independência e autonomia.
- Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.
- Superação de situações de frustração.
Não importa se a pessoa tem como objetivo jogar em competições ou se o faz por pura diversão. O importante é procurar uma modalidade que se adeque às condições e objetivos pessoais, respeitando as limitações de cada um e seguindo todas as normas de segurança para evitar acidentes e estimular sempre o desenvolvimento da potencialidade individual.
Seja em casa, no ginásio, na clínica de reabilitação ou no parque, movimentar-se é a palavra de ordem!
Como é feita a escolha da atividade física adequada?
Uma “dica” é escolher uma atividade que tenha mais a ver consigo, com o seu estilo de vida, e que garanta a sua satisfação, diminuindo a probabilidade de abandonar a atividade e voltar ao sedentarismo.
Critérios de seleção
- Defina os seus objetivos pessoais – emagrecer, ganhar massa muscular, melhorar a sua condição física…
- Descubra o que gosta de fazer, ninguém vai praticar por muito tempo uma atividade que não gosta.
- Entenda o seu relógio biológico – este deve ser levado em conta no momento de definir o horário da atividade física. Algumas pessoas têm mais dificuldade em estar ativas no período da manhã, outras não têm disposição à noite. Exercite-se no período do dia em que tem mais disposição para isso.
- Respeite os seus limites – pode praticar a atividade física que bem entender, no entanto deve respeitar os limites do seu corpo.
Recomendações da OMS para a atividade física e comportamento sedentário2:
A OMS tem um conjunto de recomendações, organizadas em torno de diferentes perfis. Consulte-as através destas hiperligações.
⇒ Crianças e adolescentes (5-17 anos)
⇒ Mulheres grávidas e no pós-parto
⇒ Adultos e idosos com doenças crónicas (18 anos ou mais)
⇒ Crianças e adolescentes com diversidade funcional (5-17 anos)
⇒ Adultos com diversidade funcional (18 anos ou mais)
- World Health Organization (2001). International classification of functioning, disability, and health (ICF). Geneva: Switzerland: Author.
- https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-promocao-da-atvidade-fisica/perguntas-e-respostas.aspx
- https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-saude
- DePauw, K.P., & Doll-Tepper, G. (1989). European perspectives on adapted physical activity. Adapted Physical Activity Quarterly, 6(2), 95-99.